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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tito Ortiz se emociona ao falar do pai e do filho


Ao contrário da coletiva de imprensa que reuniu Anderson Silva e Chael Sonnen, na última terça-feira, a segunda parte das entrevistas com os quatro lutadores que formam as duas outras lutas principais do card principal do UFC 148 transcorreu em clima de tranquilidade, bom humor e cordialidade entre os atletas. Cung Le, Patrick Coté, Tito Ortiz e Forrest Griffin responderam perguntas da imprensa, com a mediação do âncora Jon Anik.
Coletiva UFC - 148 (Foto: Adriano Albuquerque / SporTV.com)
Foto: Adriano Albuquerque / SporTV.com
Protagonistas do co-evento principal da noite, Forrest Griffin e Tito Ortiz foram ovacionados pelos fãs presentes ao evento ao subirem ao palco para a entrevista.
Fiel ao seu estilo, Forrest Griffin respondeu à pergunta sobre se era verdade que ele se aposentaria da vida se perdesse para Tito Ortiz.
- Se eu disse isso, é porque deve ser verdade. Se tem alguma coisa pela qual eu serei lembrado na minha vida é por lutar. Nunca fui um bombeiro ou soldado. Ser lutador é o mais próximo que eu posso ser de um heroi.  Agradeço a vida por me dar isso, e levo muito a sério. Tenho certeza que estou pronto.

- É dificil de dizer. Vai ser um grande dia para Tito, com fatores como o Hall da Fama, sua última luta e lutar comigo. Tenho que ter certeza que estou preparado para isso.
Perguntado sobre como imagina que será a luta contra Tito Ortiz, Griffin disse achar difícil imaginar.
Tito Ortiz, por sua vez, parecia mais concentrado na luta que estava por vir, e que será oficialmente sua última como profissional de MMA.
- Por nove semanas eu sacrifiquei o meu corpo e a minha família para estar aqui. Por 15 anos eu me sacrifiquei pelo esporte. Tudo o que tenho pela frente são 15 minutos, e só quero que meu braço seja levantado e eu veja a vitória no meu cartel, porque o Hall da Fama já está garantido, e agradeço muito a Dana White, Lorenzo e Frank Fertitta. Mas que eu quero agora é vencer a minha última luta, que fala por si só. Foi uma das lutas mais excitantes que tive na minha carreira. Forrest tem um coração enorme. No sábado vamos provar quem é o melhor.
Perguntado sobre os seus cinco maiores momentos na carreira, Ortiz não teve muitas dúvidas.
 

- Sem dúvida, o número um foi a conquista do título mundial. O segundo foi vencer Ryan Bader. O terceiro foi a derrota para Frank Shamrock, que me ensinou muito. O quarto foi a luta contra Chuck Liddell, e o quinto foi a vitória sobre Forrest Griffin.
O legado para o MMA latino também foi lembrado por Tito Ortiz, citando Cain Velásquez, Dominick Cruz e outros.
- Acho que fiz o meu trabalho. Os latinos podem ser bem-sucedidos no MMA. Eu só tinha três opções na minha vida quando comecei: estar morto, preso ou onde estou. Tomei boas decisões e aqui estou. Essa é a prova que é possível para um lutador latino que queira se esforçar, chegar aonde deseja. Quando olho para trás e vejo que fiz coisas que ninguém faria, percebo fui especial para as pessoas. Você pode fazer a diferença se estiver focado e trabalhar duro. Hoje eu gostaria de continuar com o UFC. Mas vou sair de férias, aproveitar a vida. Foram muitos anos longe da família, e é difícil quando se tem uma criança. Não quero ser o pai que meu pai foi por causa de drogas - disse o lutador, com os olhos cheios d'água.
Perguntado sobre o que menos sentiria falta, e do que mais sentiria saudade na vida de lutador, Tito Ortiz esbanjou sinceridade:
- O que eu menos vou sentir falta é de treinar. Nos primeiros oito anos é legal. Quando se passam dez anos, você percebe que já luta há uma década. É um trabalho em tempo integral. As pessoas acham que entramos no cage e é só isso. A verdade é que somos pagos para treinar, e lutamos de graça. O que mais vou sentir mais falta é da energia dos fãs.
Ortiz também protagonizou dois momentos distintos na entrevista: o primeiro, em uma pergunta do repórter Ariel Helwani, que Ortiz simplesmente não respondeu.
- Não gosto de você e não vou responder às suas perguntas - disse o lutador. Apesar dos protestos do jornalista, Ortiz simplesmente o ignorou e não lhe deu atenção.
O segundo, mais emocionante, foi a pergunta sobre a doença de seu filho, diagnosticada três semanas antes da luta.
- Há três semanas meu filho foi diagnosticado com meningite, e ninguém sabe o quão aterrorizante é ter um filho seu passando por isso. Deixei o meu campo de treinamento e fui cuidar da minha família. Estou muito feliz que ele é um Ortiz e está bem. Pessoas dizem que te amam, mas ninguém sabe o que é amor até ter um filho. Eu fiquei destruído, foi difícil, mas estou feliz que ele está bem. Pude ver o sorriso no seu rosto - disse o lutador, chorando.

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